quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

CABANAGEM


Uma das mais importantes revoltas da Regência no Brasil. Ocorreu no Pará entre 1835 e 1840. De caráter fortemente popular, envolveu sobretudo os moradores pobres das cidades e dos vilarejos ribeirinhos – os cabanos –, índios, negros e mestiços. A rebelião irrompe em Belém, em 7 de janeiro de 1835, com o assassinato das duas principais autoridades provinciais, o presidente e o comandante de armas. Os chefes cabanos formaram um "governo revolucionário", liderado pelo fazendeiro Clemente Malcher, e anunciaram a autonomia da província diante da Regência, até a maioridade de dom Pedro II.
Divergências internas, porém, provocaram conflitos entre os próprios cabanos. Malcher foi substituído por um líder popular, Francisco Vinagre. Em julho, tropas imperiais do Rio de Janeiro, com o apoio de mercenários ingleses comandados por John Taylor, entraram em Belém e expulsaram os insurgentes.
Governo popular
Em violenta reação, os cabanos retomaram a capital em agosto, formando o novo governo, de caráter ainda mais radical e popular, liderado por Eduardo Angelim. Proclamaram a independência do Pará e a República, além de expropriar armazéns e depósitos de alimentos para distribuí-los entre a população pobre. A partir de maio de 1836, a repressão oficial ganhou força, e o governo rebelde, destituído. Liderados por Antônio Vinagre, irmão de Francisco, que conseguira escapar da repressão, os cabanos dispersaram-se, encontrando refúgio no interior da província.
Mobilizando as populações ribeirinhas do rio Amazonas e do baixo Tocantins, os cabanos mantiveram a rebelião até 1840. Nos seus últimos três anos, estima-se que cerca de 30 mil cabanos foram mortos, a maioria homens.
Causas da revolta
Como todos os levantes do período regencial, a Cabanagem foi uma insurreição provincial contra o governo central do Império, enfraquecido pela crise da Regência. Mas apresentou algumas características particulares. O Pará havia sido uma das províncias brasileiras mais envolvidas na luta pela independência, entre 1821 e 1823, o que fortaleceu em suas elites o espírito autonomista. Além disso, durante a colonização, o estado teve relações comerciais mais constantes com Lisboa do que com o Rio de Janeiro. Com a independência do país e a separação da antiga metrópole, tornou-se difícil a situação econômica da província.
Os grandes proprietários e comerciantes, muitos deles portugueses, queixavam-se do excesso de impostos, da falta de incentivo às exportações e do alto preço dos escravos, apoiando inicialmente a sublevação dos cabanos. A população pobre, no entanto, foi atingida duramente pelo agravamento das dificuldades econômicas. Suas necessidades e aspirações sustentaram a luta quando as elites retiraram seu apoio, no momento em que lideranças populares assumiram o controle do movimento.
fonte TV BRASIL

Atlântida

Voz de Nazaré

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Marujada de São Benedito em Bragança-Pa

Uma das mais tradicionais festas populares do Pará, a Marujada, em louvor a São Benedito, reúne beleza e música em um espetáculo de cores.
A Marujada surgiu em Bragança no final do século XVIII, quando 14 escravos negros receberam o consentimento de seus senhores para a organização da Irmandade de São Benedito, o Santo Preto, como é chamado por seus devotos. Os negros foram dançar pelas ruas da cidade em agradecimento pela conquista.
Por mais de dois séculos, de 18 a 26 de dezembro, o povo bragantino festeja ao ritmo do retumbão, xote, roda, valsa e mazurca. Os instrumentos musicais usados pelo tradicional grupo regional são tambores, cuíca, pandeiros, rabeca, viola, cavaquinho e violino.
Trata-se de um auto dramatizado, onde predomina o canto sobre a dança. Há uma origem comum entre a Marujada de Bragança e a Irmandade de São Benedito. Quando os senhores brancos atenderam ao pedido de seus escravos para a organização de uma Irmandade, foi realizada a primeira festa em louvor a São Benedito. Em sinal de reconhecimento, os negros foram dançar de casa em casa para agradecer a seus benfeitores.
A Marujada é constituída quase exclusivamente por mulheres, cabendo a estas a direção e a organização. Os homens são tocadores ou simplesmente acompanhantes. Não há número limitado de marujas, nem tão poucos há papéis a desempenhar. Nem uma só palavra é articulada, falada ou cantada como auto ou como argumentação. Não há dramatização de qualquer feito marítimo.
A Marujada de Bragança é estritamente caracterizada pela dança, cujo motivo musical único é o retumbão.
A organização e a disciplina são exercidas por uma "capitoa" e por uma "sub-capitoa". É a "capitoa" quem escolhe a sua substituta, nomeando a "sub-capitoa", que somente assumirá o bastão de direção por morte ou renúncia daquela.
As marujas usam blusa branca, toda pregueada e rendada. A saia, comprida e bem rodada, é vermelha ou branca com ramagens de uma dessas duas cores. À tiracolo levam uma fita azul ou vermelha, conforme ramagem ou o colorido da saia. Na cabeça usam um chapéu todo emplumado e cheio de fitas de várias cores. No pescoço usam um colar de contas ou cordão de ouro e medalhas.

também sou filho de Deus...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010