
A essência não muda: André
Abreu, um ex-militar, que se transformou num grande
mestre cuca do cartum.
André, na época da farda, numa
operação boina, comia pescoço de galinha cru. Foi o suficiente para sua
macrobiótica levar o farelo. Hoje, longe do militarismo, milita apenas na cozinha e na prancheta desenhando cartuns, e preparando pratos deliciosos para os amigos...

...André Abreu convidou três cartunistas para um almoço domingo
passado em seu apartamento,
Waldez, Casso e J.Bosco.
Chegamos meio dia, hora marcada de quartel. Cada cartunista, ficou incubido de levar oferendas para o seu rei. Levamos um kit completo, para não decepcionar sua majestade. Caricaturas e livros agradaram.
Todos no front, começa a guerra da gula...Uma panela de barro com uma vistosa muqueca paraense, feita
pelas próprias mãos de André Abreu.

Depois foi servido um arroz paraense recheado de camarão rosa.
Em seguida, cervejas, sucos, um açai grosso, que até uma colher ficava em pé no meio da papa.
Dona Rosa, mãe do rei, André Abreu, comandava a simpatia na mesa. Darlene Abreu, sua esposa
tomava açaí e ao mesmo tempo tirava fotos da reunião. Waldez, fazia cara de besta e pescava na panela de barro só os camarões graúdos. Casso, meio leso, fazia certos uivos estranhos, que parecia um lobo perdido na alcatéia.

Eu super educado, perdia os camarões,enquanto chegava cerveja de todos os lados.
No fundo, músicas de qualidade. André tem um bom gosto musical, soltava pra gente umas pérolas
do passado, como Anísio Silva, Dolores Duran, Dalva de Oliveira,
Raul Seixas, The Doors, Cauby, Altemar Dutra. O dia parecia pequeno, pra tanto bate papo sobre tudo, menos de cartum...
Na verdade, o motivo dessa confraria, seria o projeto de um livro de cartuns com três cartunistas. O tempo foi curto. Os rapazes ficaram hipnotizados com a muqueca na
panela de barro, a ponto de esquecer o que estava pautado.